A implantação de um novo programa energético mundial está ligada à disponibilidade de combustíveis tradicionais e a possibilidade de produção de novas fontes renováveis. Este cenário está diretamente relacionado aos benefícios sociais gerados decorrentes do alto índice de geração de empregos por capital investido, promoção do trabalhador rural, valorização das propriedades e mão-de-obra qualificada para o beneficiamento dos óleos.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2013, 75% do biodiesel produzido é oriundo de óleo de soja, 19% de sebo bovino, 2% de óleo de algodão e os outros 4% são das demais oleaginosas.

A produção anual de biodiesel avançou de 736 metros cúbicos em 2005 para 2,4 milhões de metros cúbicos em 2013. O Centro-Oeste brasileiro é a região com maior participação na produção de biodiesel, representando 42% da produção nacional. Goiás assumiu em 2011 a liderança na produção de biodiesel. O estado permanece nessa posição até o presente, sendo responsável por 47,7% e 20% das produções da região Centro-Oeste e do Brasil, respectivamente.

Os óleos vegetais aparecem como uma alternativa para substituição ao óleo diesel em motores de ignição por compressão. Porém, se faz necessário a transesterificação com etanol ou metanol, para a obtenção do biodiesel, cujas propriedades são similares às do óleo diesel. Como combustível, o biodiesel apresenta algumas vantagens sobre os combustíveis derivados do petróleo, principalmente por ser proveniente de fonte renovável.

Fatores geográficos, climáticos e socioeconômicos determinam o óleo vegetal de maior interesse para a produção do biodiesel. Assim, o Engenheiro Agrônomo do Senar Goiás, Leonnardo Cruvinel Furquim desenvolveu um trabalho com o objetivo comparar a porcentagem de óleo, massa do órgão vegetal, que originou o óleo, e produtividade média anual em quilos, do órgão originário por planta, em oito espécies comuns ao Cerrado goiano.

As espécies selecionadas são plantas nativas, espontâneas e/ou cultivadas no bioma Cerrado. A coleta e as análises químicas foram realizadas no município de Rio Verde (GO), no Instituto Federal Goiano – Câmpus Rio Verde em diferentes meses do ano.

Entre as espécies selecionadas, identificou-se que a monguba como a mais promissora das espécies para a produção de biodiesel. Seguindo em ordem decrescente de importância as espécies estão: barú, buriti, macaúba, caju-de-árvore-do-cerrado, jerivá, bacuri e fava de sucupira.

Para Furquim, com um aumento em 2014 de 6% do valor do biodiesel vendido nos leilões da ANP, em relação a dezembro de 2013, o mercado da produção de óleo vegetal é evidentemente atrativo e viável no âmbito econômico e social, além de ambientalmente correto na redução do consumo de combustíveis derivados de fontes esgotáveis, como o petróleo. E nesse mercado, os produtores goianos apresentam destaque na produção atual, com um diferencial da variedade de fontes de matérias-primas encontradas no Cerrado, como a Monguba.

A Faeg possui duas comissões relacionadas com a produção de grãos e de biocombustíveis: Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas e Comissão de Cana-de-açúcar e Bioenergia.