Juan Diego Ferrés, presidente do Conselho Superior da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene),

A afirmação é do presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, que abriu debate na Conferência BiodieselBr, em São Paulo.

O presidente do Conselho Superior da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), Juan Diego Ferrés, participou do último dia de debates da Conferência BiodieselBR, na última quinta-feira (6), em São Paulo. Sob o tema “As mudanças de um setor em crescimento”, a convenção internacional reuniu empresários e representantes do governo para dialogar, durante dois dias, as perspectivas para o mercado de biodiesel no Brasil.

Ferrés deu início ao diálogo destacando a necessidade de despertar a sociedade brasileira para a questão energética, tão importante para o país. Ele destacou os benefícios socioeconômicos e ambientais do Programa de biodiesel no Brasil, como a inclusão da agricultura familiar, geração de renda e a sustentabilidade do combustível renovável. “Eu imagino o nosso Programa de biodiesel como o pré-sal do interior”, afirmou.

A questão da sustentabilidade esteve presente nas apresentações. Os palestrantes apresentaram dados que mostram a urgência da substituição dos combustíveis fósseis por energia renovável. O presidente da Ubrabio explicou as propostas da entidade para o aumento da participação do biodiesel no Brasil, que deve continuar a progredir gradualmente com a mistura obrigatória a todo diesel consumido no país.

“O incremento pode alcançar 10%, em 2018, com a devida previsibilidade indicada por um novo Marco Regulatório, que permita misturas intermediárias B8, B9, respectivamente, em 2016 e 2017. Paralelamente a progressão de nível nacional, o uso do B20 Metropolitano (20% de biodiesel) seria adequado nas frotas de ônibus urbanos, inicialmente nas 40 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes”, explicou Ferrés. De acordo com a Ubrabio, essa proposta contribui significativamente para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e a consequente melhoria da qualidade do ar pela redução de poluentes liberados com a queima do diesel fóssil, que atinge fortemente as pessoas que vivem nos grandes centros urbanos.

Novos usos

Em função da crescente competitividade logística e econômica do biodiesel em relação ao diesel fóssil, especialmente em regiões com forte tradição agrícola e de produção de biodiesel, integram também o conjunto de propostas da entidade para a 2ª fase do PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel), misturas facultativas superiores à mistura obrigatória nacional, como o uso “B Agro”, que consiste em uma mistura de 30% de biodiesel ao diesel em máquinas e implementos agrícolas.

Também nas regiões onde o custo do biocombustível é mais vantajoso que o diesel fóssil e, ainda de forma facultativa, a Ubrabio propõe o uso do “B+”, que consiste em dobrar o percentual de biodiesel utilizado nacionalmente. Significa permitir que uma distribuidora solicite à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) a comercialização, durante determinado período, de uma mistura superior. Por exemplo, com a atual vigência do B7, a distribuidora poderia solicitar o uso do B14 e, assim, sucessivamente, conforme seu interesse, diante do custo comparativo do biodiesel, em regiões produtoras altamente competitivas em relação ao preço do diesel de petróleo.

Participaram do debate o diretor do Departamento de Energias Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, o gerente de Comercialização de Biodiesel da Petrobras, Sandro Barreto e o gerente de Originação de Biocombustíveis da Raízen, Juliano Tamaso.

Na oportunidade, Dornelles afirmou que as propostas que vem sendo apresentadas para evolução do uso do biodiesel são positivas. “Novos mercados, novos usos do biodiesel são bem vindos, a gente tem debatido isso e é um desafio que temos pela frente”, disse.

Para o presidente da Ubrabio, a Conferência mostrou a maturidade do setor e a capacidade de avançar no programa de biodiesel. “Nós temos necessidade de avançar. A questão energética e a questão de sustentabilidade não são triviais. E a sociedade tem que participar disso”, defendeu Ferrés.

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