O Grupo Fuga Couros, com sede na cidade gaúcha de Marau, quer se aproximar do mercado árabe. A companhia produz couros, além de outros produtos como carne, biodiesel e alimentos para animais domésticos e já fez exportações esporádicas para o Egito. Os embarques ocorreram há cerca de dois anos e incluíram carne e sebo bovinos.

“Acreditamos no potencial de compras pois o poder de consumo, de modo geral, está aumentando, principalmente nas maiores cidades”, afirma o gerente da Unidade de Biodiesel do grupo, Paulo José Fuga. O executivo acredita que há mercado para exportar carne bovina ao Egito. “Acreditamos que há muito potencial para aumentar as vendas para os países árabes”, diz. A empresa também busca oportunidades para seus couros na região.

O Fuga é um grande grupo empresarial gaúcho, com receita anual de R$ 1,2 bilhão. Do total faturado, metade vem do mercado interno e metade do externo. A companhia é conhecida principalmente por seu negócio de couros, área na qual tem 60% das vendas concentradas no exterior e 40% no Brasil. No mercado doméstico, o couro é vendido em estágio acabado para indústrias de móveis e calçados. A outros países é enviado principalmente o couro wet-blue e semiacabado para atender fabricantes de móveis, informa Paulo José.

Os curtumes Fuga estão em Marau, onde fica a matriz, em Jales, interior de São Paulo, em Hidrolândia, no estado de Goiás, em Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, e em Várzea Grande, no Mato Grosso. A companhia também possui uma central de venda de couros na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, região onde há um polo de fabricação de calçados. A maior parte da matéria-prima, o couro in natura, é adquirida pela empresa de outros frigoríficos. Uma parte menor vem dos frigoríficos próprios, segundo Paulo.

No total, o grupo Fuga possui cinco unidades frigoríficas, com abate de 43.800 bovinos ao mês. A matriz dos frigoríficos fica em Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul, onde a empresa também mantém outra unidade. Ainda há um frigorífico em Várzea Grande, outro em Aparecida d’Oeste, no estado de São Paulo, e uma unidade de desossa em Jales.

Em Jales, anexo ao curtume, o grupo Fuga mantém sua fábrica de pet food. Ela foi criada para agregar valor a um dos subprodutos do couro, que são as aparas. Elas são transformadas em alimentos para animais domésticos e a capacidade de processamento, no local, é de mil toneladas de aparas ao mês, com geração de 250 toneladas de produto final. Os alimentos vão para o mercado brasileiro, norte-americano e europeu.

A empresa também atua com agropecuária, já que planta trigo, soja, milho, aveia e triticale nas cidades gaúchas de Gentil, Ibirapuitã e Marau. Nestas regiões, o grupo Fuga mantém estrutura com silos graneleiros e secadores para armazenagem de mil toneladas de grãos. A companhia ainda trabalha, nesta área, com reflorestamento de eucaliptos. A unidade de produção de biodiesel fica no município gaúcho de Camargo.

O início

O grupo foi criado em 1947 por um grupo de sócios fundadores, entre eles o seu maior empreendedor, José Fuga. No começo a empresa se chamava Curtume Marauense. Em menos de dez anos, a companhia já exportava couros para os Estados Unidos, mercado que ainda atende.