Popular nas feiras e na dieta da população da região, o tucumã possui um potencial econômico que vai além do ‘x-caboquinho’ que o torna cobiçado por agregar valor aos negócios de produtores rurais e empresários do Amazonas. A utilização não apenas da polpa, mas dos resíduos descartados no manuseio do fruto (casca e caroço), pode ser um caminho para o melhor aproveitamento por parte dos investidores do típico fruto amazônico rico em fibras.

Estudo realizado pelo pesquisador em Ciências de Florestas Tropicais do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Adriano Amir Didonet, em seis grandes feiras da capital amazonense, aponta que 88% do fruto comercializado em Manaus é formado por resíduo (sendo 70% de caroço 18% de casca) e apenas o restante corresponde à polpa consumida em sanduíches e outros pratos regionais.

Segundo ele, 40% do total do caroço corresponde à óleo de tucumã, resíduo que pode ser reaproveitado para a alimentação de animais e para a produção de combustível, o chamado biodiesel. “Entretanto, mesmo com seu potencial de uso e o interesse por parte dos comerciantes, a grande maioria desse material teve como destino o aterro controlado de Manaus”, observa.

O levantamento feito nas seis feiras aponta que entre maio de 2011 e abril de 2012, 268,5 toneladas de resíduos foram produzidas, uma média de 22,4 toneladas por mês. Para o pesquisador, devem ser consideradas melhores formas de gerir o resíduo decorrente dessa atividade comercial. “A grande quantidade de resíduos produzida, e sua fácil acessibilidade são fatores para seu aproveitamento com ganhos socioeconômicos futuros”, destaca Adriano Didonet.

Fonte: Em Tempo