Há anos, ativistas do movimento ambientalista têm pressionado pelo fim dos subsídios às energias fósseis. Na semana passada, o coro recebeu um acréscimo um tanto inesperado: o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório recomendando que os governos descontinuem os subsídios à energia suja.

O estudo “Energy Subsidy Reform: Lessons and Implications” (“Reforma nos Subsídios da Energia: Lições e Implicações” em tradução literal) foi publicado na quarta-feira passada (27) e procurou medir a dimensão dos subsídios que os governos ao redor do mundo concedem às energias de origem fóssil. Os técnicos do fundo estimam que a conta dos subsídios chegue a incríveis US$ 1,9 trilhão por ano. Isso equivale a 2,7% do PIB mundial ou 8,1% de tudo o que os governos arrecadam. Esse montante é gasto para tornar os combustíveis mais baratos aos consumidores.

Os três países que mais subsidiam os fósseis são: Estados Unidos com US$ 500 bilhões anuais, China com US$ 300 bilhões e Rússia com US$ 115 bilhões.

Mas o mais preocupantes é que, num grupo de cerca de 20 países, os gastos ultrapassam 5% do PIB nacional, superando gastos com saúde pública ou educação. Isso mina sua capacidades de aprimorar o desenvolvimento social.

Segundo o diretor gerente do FMI, David Lipton, o tamanho dos subsídios está se tornando um problema para os orçamentos nacionais e reformá-los poderia levar a uma alocação mais eficiente dos recursos o que levaria a crescimento econômico mais robusto no longo prazo. “Remover os subsídios dos combustíveis fósseis também fortaleceria as iniciativas de pesquisa e desenvolvimento de energias renováveis e alternativas”, declarou.

Sem a ajuda pública, as emissões de gases do efeito estufa poderiam cair até 13%.

Em sua coluna para a rádio CBN na quinta-feira passada (28), o sociólogo e especialista em meio ambiente, Sérgio Abranches, comentou os resultados do estudo.

A íntegra do relatório do FMI (em inglês) pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: CBN