No último sábado (24), o Diretor-Executivo da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Sergio Beltrão, proferiu palestra na Universidade Estadual Paulista de Franca para debater o Biodiesel e sua contribuição para o desenvolvimento brasileiro. O debate fez parte do encerramento das atividades da VII United Nations Model of São Paulo, evento realizado anualmente pela instituição e que simula reuniões das Nações Unidades cujo foco é fazer uma análise da conjuntura internacional e seus aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais.
Na oportunidade, o Diretor-Executivo Sergio Beltrão lembrou avanços importantes a exemplo da criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), que entre outras medidas estabeleceu percentual de mistura de 5% do biodiesel no diesel fóssil e criou Selo Combustível Social. “Foi uma ótima chance de demonstrar o quanto o biodiesel é sustentável, contribui para a economia e ainda faz inclusão social”, enfatizou.
Ao falar para os estudantes dos cursos de Relações Internacionais e Direito, Sergio Beltrão ressaltou que os impactos destas medidas têm sido muito positivos. Um dos exemplos dados foi o PNPB, que já beneficia mais de 100 mil famílias de agricultores familiares e ainda gerou cerca de 1,3 milhão de empregos na cadeia produtiva entre 2005 e 2010. Além disso, gastou com importação do diesel em US$ 17,7 bilhões e dispêndio evitado com a utilização do biodiesel em US$ 3,4 bilhões.
Com relação aos ganhos ambientais foi levantado que a utilização do Biodisel permitiu reduzir em 57% a emissão de poluentes nesse período. Um dos reflexos desse resultado foi a redução do número de internação e mortes, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Caso se aumente de 5% para 10% a mistura de biodiesel no diesel esses ganhos podem ser ainda maiores. A estimativa da FGV é de que se o aumento da mistura for implementado em 2014 a emissão de gás carbônico pode reduzir 8% e 12% em 2020.
Para a secretária acadêmica do evento, Marina Salomão de Carvalho, as discussões foram fundamentais para respaldar as discussões dos dias anteriores. “Creio que concluímos bem o encontro com os pontos levantados principalmente pelo Biodiesel representar um meio alternativo para resolver problemas já conhecidos”, colocou. Para ela, a sustentabilidade é um tema árido de soluções complexas e a saída apresentada pelo Biodiesel mostra na prática um caminho possível.
O encontro é organizado pelo Grupo de Estudos, Pesquisa e Simulação de Organizações Internacionais (GEPESOL), da Unifesp, com o objetivo de capacitar os estudantes para atuar como negociadores nos diversos ambientes diplomáticos. Nesta sétima edição o encontro, realizado entre 19 e 24 de setembro em Franca (SP), foram colocados em discussão sete desafios internacionais: liberdade, estabilidade, desenvolvimento, interdependência, segurança, paz e, claro, sustentabilidade.