Contrariando as turbulências da economia global, a demanda mundial de biocombustíveis cresceu respeitáveis 17% em 2010 e chegou à marca de 105 bilhões de litros durante o ano – em 2009 a produção foi de 90 bilhões de litros. Esse é o maior volume já registrado para a indústria e corresponde a cerca de 2,7% de todos os combustíveis líquidos consumidos pelo setor de transportes no mundo.

A constatação vem de uma pesquisa conduzida pelo Programa de Clima e Energia do Instituto Worldwatch que atribui o crescimento às altas no preço do petróleo, somada aos aumentos nas misturas de biocombustíveis nos combustíveis fósseis promovidas por países como Argentina, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos entre outros.

A produção de etanol ficou em 86 bilhões de litros em 2010 – alta de 18%. No caso do biodiesel o crescimento foi um pouco mais modesto, mas, ainda assim, robusto. Em 2010, foram produzidos 19 bilhões de litros desse biocombustível, 12% a mais do que no ano anterior. 

Embora o maior produtor global de biodiesel tenha sido a União Europeia, que respondeu por 53% do volume total, a Ásia está aumentando sua participação nesse segmento de forma acelerada, principalmente graças ao plantio de palma de óleo na Tailândia e Indonésia. No ano passado, os países asiáticos fabricaram 2,28 bilhões de litros de biodiesel, um aumento de 20% sobre a produção de 2009. 

A indústria de biodiesel da Argentina também vem se destacando. O país se tornou um dos maiores exportador de biodiesel do mundo. No ano passado o país vendeu 1,5 bilhões de litros no mercado externo. A Argentina também está adotando misturas de 7% de biodiesel no óleo diesel, com investimentos fortes na capacidade produtiva.

Biodiesel x Etanol
Segundo o diretor do Programa de Clima e Energia do Instituto Worldwatch, Alexander Ochs, é provável que diversos países europeus passem a olhar para o etanol com mais atenção dentro dos próximos anos. “Um relatório recente da Comissão Européia diz que as matérias-primas do etanol têm conteúdo de energia maior do que as matérias-primas do biodiesel, o que fazem deles uma fonte melhor de biocombustíveis”, prevê o diretor do Programa de Clima e Energia do Instituto Worldwatch, Alexander Ochs.

Ainda segundo Ochs, a alta nas cotações do petróleo tem encorajado diversas companhias tradicionais do ramo de combustíveis fósseis a olharem com mais atenção para o mercado de biocombustíveis. “Empresas como Sunoco, Valero, Flint Hills, and Murphy Oil entraram na indústria de etanol”, disse o diretor. 

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com