“Vejo com estranheza alguns segmentos da cadeia do biodiesel reclamarem de qualidade enquanto grandes empresas, como a Vale, pedem todos os dias autorização à ANP para usarem até B30 em suas frotas cativas.” Esta é uma afirmação do diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Haroldo Lima, que acredita que se o B5 estivesse causando problemas aos motores dos veículos, tantas empresas não estaríam querendo aumentar a mistura em até 30% para abastecer seus ônibus e caminhões.
A afirmação foi feita durante a reunião com os associados da União Brasileira do Biodiesel – Ubrabio, na sede da Agência no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (7/7). No encontro, a Ubrabio entregou uma carta onde reafirma o interesse em estreitar a parceria em prol do Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel – PNPB. Foram debatidos três pontos principais: um novo Marco Regulatório para o setor, apoio para a implementação de B20 Metropolitano nas grandes capitais brasileiras e maior atuação pra garantir a qualidade de biodiesel. ” Para a Ubrabio, todos os elos da cadeia tem que seguir a risca o manual de Boas Práticas produzido pela ANP e se existir problema pontual, que seja assumido e corrigido para que o PNPB e os consumidores não sejam prejudicados”, afirmou o presidente do Conselho Superior da entidade, Juan Diego Ferrés.
Por parte da ANP, Haroldo Lima, anunciou no diálogo com os representantes da cadeia do biodiesel que a Agência irá contratar uma empresa certificadora independente para avaliar o biodiesel desde a produção até os postos de combustíveis e assim desmistificar a questão da qualidade do produto. Lima acredita que assim será possível avançar para uma maior mistura do biodiesel ao diesel fóssil já em 2012.
O interesse da Ubrabio em concentrar esforços para a melhor qualidade foi expressado pelo presidente-executivo da entidade, Odacir Klein: “a Ubrabio não será conivente quando o assunto for a defesa da qualidade do biodiesel.”
O consultor técnico da Ubrabio, Donato Aranda, lembrou que o grupo de trabalho criado pela ANP para tratar de qualidade conclui a avaliação sem encontrar falhas em nenhuma etapa desde a produção até a comercialização do biodiesel. “Não há nada de forma clara que prove a influência do biodiesel na formação de borras”, declarou Aranda.
Por Assessoria de Comunicação Social – Ubrabio
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