Setor poderá receber investimentos de até R$ 7,36 bilhões em dez anos
Depois de receber volumosos investimentos nos últimos cinco anos, o setor de Biodiesel no Brasil já está preparado para atender o crescimento da demanda até 2014, quando a adição do produto no diesel poderá chegar a 10%, padrão conhecido como B10, segundo estudo realizado pela FGV Projetos, unidade de extensão de ensino e pesquisa da Fundação Getulio Vargas, apoiado pela União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio).
No momento, o setor trabalha com adição de 5% (B5). Em longo prazo, o aumento da demanda por Biodiesel no mercado brasileiro deve gerar investimentos ainda maiores do que os R$ 4 bilhões aportados entre 2005 e 2010. A expectativa é de que a adição de Biodiesel chegue a 20% em 2020. Para atender a este mercado, os investimentos em aumento de capacidade de produção de Biodiesel devem somar R$ 7,36 bilhões nos próximos dez anos, de acordo com as projeções da FGV Projetos. Com isso, a capacidade produtiva do setor deve sair dos atuais 5,1 milhões de metros cúbicos para 14,3 milhões de metros cúbicos até 2020.
A política de mistura dos dois combustíveis foi inicialmente adotada em 2005, com a criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). Naquele momento, existia uma incerteza sobre a capacidade de a indústria nacional atender a nova demanda, mas a resposta do mercado foi tão positiva que a meta passou de 2% de adição de Biodiesel (chamada de  B2) para os atuais 5%, três anos antes do prazo inicialmente previsto. Desde 2005, a capacidade produtiva saltou de 85,32 mil metros cúbicos ao ano para os atuais 5,1 milhões de metros cúbicos, superior à demanda da mistura vigente. “Hoje existem mais de 60 indústrias produtoras e a oferta é suficiente para atender a demanda projetada para o B10”, diz o coordenador de projetos da FGV Projetos, especialista em biocombustíveis, Cleber Lima Guarany.
Para Juan Diego Ferrés, presidente do Conselho Superior da Ubrabio, este cenário já é suficiente para a criação de um novo Marco Regulatório. “A indústria brasileira de Biodiesel deve produzir 2,4 milhões de metros cúbicos em 2010, o que significa apenas 47% da capacidade instalada. Portanto, existe uma capacidade extra para a ampliação do programa nacional”, multiplicando a captação dos benefícios de toda ordem que, incontestavelmente, o Programa tem representado para o País, afirma Ferrés.
 Os amplos investimentos previstos para o setor nos próximos dez anos devem gerar 534 mil empregos diretos e 6 milhões indiretos. Entre 2005 e 2010, foram criados 1,3 milhão de empregos no setor. Outra vantagem do crescimento desta indústria, segundo estudo divulgado hoje, é a redução da emissão de gases poluentes e a conseqüente diminuição com gastos em saúde pública. De acordo com o levantamento, o Brasil geraria US$ 1 bilhão no mercado de créditos de carbono com o B10. Ao atingir o B20, o ganho seria de US$ 2,9 bilhões. O efeito na saúde pública também seria expressivo, com economia de R$ 2,88 milhões no B10 e de R$ 4,68 milhões no B20. Com o avanço do PNPB, a indústria continuará ganhando impulso para diversificar as matérias-primas alternativas à soja, como palma, mamona, girassol, algodão, babaçu, macaúba, amendoim, pinhão manso, canola, crambe, nabo forrageiro, dentre outras.
Segundo projeções da FGV, a participação de outras oleaginosas deverá chegar a 39% do volume total de óleo de soja utilizado em 2020. O valor estimado para venda de óleo de outras oleaginosas para 2020 é de R$ 5,75 bilhões, o que demonstra o potencial de geração de riqueza com a diversificação dos insumos. “Existe uma tendência de expansão dos negócios das empresas atuantes e a entrada de novos participantes, principalmente em regiões com potencial de produção de matéria prima”, afirma Guarany.
Clique na imagem para ver o resumo com os principais tópicos do estudo elaborado pela FGV:

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