O avanço da mistura de biodiesel ao diesel fóssil, de 10% para 12% este ano, com previsão de chegar a 15% até 2026, deve demandar maior utilização e diversificação de matérias-primas, o que inclui o aumento da produção para o Norte, o Nordeste e o semiárido, regiões apresentam hoje baixa participação da agricultura familiar no âmbito da utilização de matérias-primas pelo programa Biocombustível Social.

Essa foi a conclusão dos participantes da 48ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), fórum permanente de discussão que reúne entidades do setor, governo, bem como pesquisadores e entidades públicas.
Na visão do presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Alagoas (Unicafes-AL), Antonino Cardozo, o Selo Biocombustível Social é um importante instrumento de fomento à agricultura familiar, mas que precisa ser ampliado e fortalecido, de modo aumentar a participação da produção local em regiões do Norte, o Nordeste e o semiárido, possibilitando o avanço na descarbonização da matriz energética.

“Norte, Nordeste e semiárido precisam contribuir para o escalonamento da demanda e fortalecimento do Selo, justamente porque temos um horizonte de B15 e não precisamos parar no B15. Para os próximos 10 anos, precisamos de mais produção, e o Norte, Nordeste e semiárido serão fundamentais nesse processo de ampliação da produção de matérias-primas”.

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é presidida pelo diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski. Em seu mandato à frente do órgão consultivo, o dirigente tem buscado estreitar laços com os diferentes elos da cadeia produtiva e fortalecer programas como o RenovaBio e o Selo Biocombustível Social, que oferece incentivos para a agricultura familiar.