O presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, participou da live “Biocombustível: papel da bioenergia no desenvolvimento sustentável”, realizada pelo Pro-Reg UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) nesta quarta-feira (29). O debate teve a participação de Fabio da Silva Vinhado, diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), e foi moderado pelo professor José Carlos Buzanello, da UNIRIO.

Para o dirigente da Ubrabio, é preciso assumir o compromisso com a trajetória para os Mandatos dos Biocombustíveis. Segundo ele, a previsibilidade é essencial para os biocombustíveis, e no caso do biodiesel a rampa de incremento da utilização foi alterada pela redução de 14% para 10% de mistura ao diesel fóssil. Além de afetar a cadeia produtiva como um todo, limitou os benefícios para toda a sociedade da substituição de uma parcela de um combustível fóssil por um combustível sustentável.
“É muito triste ver quando o país abandona a política de previsibilidade baseada em contratos. Inclusive em investimentos comprometidos para que seja realizado pelo setor privado, quando o setor público é o árbitro, é aquele que cria a regulação. Até que o país amadureça no cumprimento do entendimento e ter esta gestão de políticas e se aproximar das nações mais desenvolvidas, nós teremos carência nestes aspectos da gestão para o Brasil”, pontuou.

Outra boa consequência da maior utilização de biocombustíveis, assegurou o dirigente da Ubrabio, é a contribuição positiva para o clima e meio ambiente. “A produção de biocombustíveis é o embrião do futuro que se encaminhará com a BIOeconomia, que irá incorporar no processo da produção de muitos outros bens a partir da fotossíntese, substituindo a matéria prima do petróleo. Esta fase inicial deve se entender que ela é necessária para a sustentabilidade do planeta. Já foram identificados problemas graves e aumento de temperatura climática pela concentração de CO2 decorrente da queima dos combustíveis fósseis, que não poderão ser queimados futuramente de forma indiscriminada”, alertou.

De acordo com Ferrés, a cada queima de combustível fóssil é preciso agregar uma queima de biocombustível, cuja finalidade, entre outras, é a reposição do equilíbrio de carbono e a sustentabilidade planetária.
Ele citou exemplos de matérias-primas provenientes do biodiesel e que contribuem para o fortalecimento da economia. A exemplo, o etanol, que quando de milho, além de biocombustível, se produz inúmeros outros produtos que vão desde alimentos e proteínas e geram mão-de-obra e valor aos países produtores.

“A indústria de carne, por exemplo, se beneficia do esmagamento de soja, aumentando enormemente a produção de carne, decorrente da produção de biodiesel de soja. Assim como existem biodiesel de outras matérias primas como óleo de palma, de girassol e amendoim. Até o sebo animal, que anteriormente era um resíduo, hoje se utiliza como matéria-prima para biocombustível”, destacou.

Bioeconomia e desenvolvimento sustentável

Ferrés disse que, futuramente, os bens hoje derivados do petróleo serão substituídos por outros provenientes da fotossíntese e de uma forma mais equilibrada e compatível com a sustentabilidade.

Expectativas para o setor

Ao falar sobre o futuro dos biocombustíveis, Juan afirmou que o setor tem capacidade produtiva do dobro da produção atual , mas é preciso recuperar os atrasos.
“Acredito que nos próximos cinco anos teremos a retomada de investimentos. A credibilidade dos investidores continua independente do governo da vez. Há vocação para termos uma indústria vencedora de biocombustíveis. Temos um enorme potencial entre as nações globais para assumir a liderança das próximas décadas, o Brasil está ́ situado como campeão de expectativas por ter todas as condições favoráveis reunidas que são os potenciais brasileiros”, concluiu Juan.

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