Terça-feira, 01 de fevereiro de 2022.

 

A diretoria da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) reuniu-se nesta segunda-feira (31.01) com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para discutir os aspectos econômico, social, ambiental e para a saúde pública proporcionados pelo biodiesel, tanto para o Estado, que é o maior produtor do biocombustível, quanto para a política nacional do biocombustível.

Estiveram na reunião presencial no gabinete do governador em Porto Alegre o VP da Ubrabio e presidente do Sindicato da Indústria de Biodiesel e Biocombustíveis do Rio Grande do Sul, Irineu Boff, o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, e empresários associados da Ubrabio e convidados. O presidente nacional da entidade, Juan Diego Ferrés, participou virtualmente do encontro.

Na oportunidade, foram discutidos os reflexos negativos nas economias gaúcha e nacional da decisão do CNPE de limitar em 10% a mistura de biodiesel ao diesel fóssil em 2022. Os produtores ressaltaram a importância do programa nacional de produção e uso do biodiesel, principalmente para o Rio Grande do Sul, Estado que tem nove das 53 indústrias em operação no país e responsável por 28% do total da oferta nacional do biocombustível.

Com 6% do consumo nacional de diesel B, que atualmente recebe 10% de biodiesel, o Rio Grande do Sul é um exportador do biocombustível e oferta 24 % da demanda do mercado brasileiro.

“Os benefícios do biodiesel são claríssimos: restabeleceu a vitalidade do setor de esmagamento de soja no Estado e o setor passou a pagar mais imposto com a industrialização, o que não ocorreria com as exportações da soja em grãos”, argumentou Irineu Boff.

O país tem capacidade instalada para produzir 12 bilhões de litros de biodiesel. Mas a decisão do CNPE que determinou 10% no teor de mistura para este ano vai limitar a produção a 6 bilhões de litros.

“O nosso setor também precisa se salvar no contexto nacional. O biodiesel sofreu uma mudança de trajetória absolutamente incompatível com os contratos e aos investimentos em andamento com a decisão do atual governo de limitar em 10% a mistura de biodiesel”, disse Diego Ferrés.

O presidente da Ubrabio acrescentou: “A política nacional do setor sofreu desvios nos últimos três anos que estão levando a sociedade brasileira a uma situação bastante grave. Precisamos fazer todo esforço para que haja uma revisão da medida e aliviar muito esta desconstrução que está asfixiando o setor de biodiesel”, disse Juan Diego Ferrés.

Os produtores ressaltaram o papel do biodiesel na agregação de valor ao agronegócio local, na geração de emprego e renda, além do incremento à industrialização.

“O biodiesel deve ser analisado dentro do projeto de desenvolvimento nacional. E por ser o maior produtor de biodiesel, o Rio Grande do Sul pode ser um grande articulador com os outros Estados e o governo federal para que possamos reverter esse processo de desgaste na política de produção e uso do biodiesel”, disse Donizete Tokarski.

O governador Eduardo Leite prometeu estudar as questões estruturais apresentadas pelos empresários com as legislações estaduais que definem critérios para a incidência de tributos sobre o biodiesel com a mudança nos critérios de comercialização do biocombustível que passou a vigorar em janeiro.