Sexta-feira, 15 de outubro de 2021.

Durante workshop realizado nesta sexta-feira para apresentar os resultados da primeira etapa do Projeto Biodiesel, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concluiu que este biocombustível atende a todas as especificações exigidas pelas normas legais.

Relatório de fiscalização realizada nos estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais e apresentado no workshop pela coordenadora de Qualidade dos Combustíveis do CPT, Edneia Caliman, constatou que o biodiesel, coletado nos tanques das distribuidoras e nas linhas de carregamento antes da mistura com o diesel A, está em conformidade com as exigências técnicas da agência.

O trabalho que concluiu pela conformidade do biodiesel analisou 16 amostras coletadas nos tanques das distribuidoras nos três estados com maior número de reclamações de usuários. Foram analisados pelo CPT os níveis de enxofre, massa específica, teor de água, estabilidade de oxidação, ponto de entupimento de filtro a frio, índice de acidez, glicerina livre e total, monoglicerídeos, diglicerídeos e o teor de éster.

As análises constataram que nos itens “contaminação total”, com o maior número de amostras fora da conformidade, e no “ponto de fulgor” algumas amostram estavam fora das especificações.  A coordenadora do CPT da ANP explicou que, nestes casos, não se pode dizer o que influenciou no resultado, já que as coletas foram realizadas nos tanques das distribuidoras e não na saída do biodiesel da indústria.

“Importante destacar que todas as amostras foram coletadas no tanque do distribuidor. Isso significa que nós não podemos dizer que se trata de um produto que foi entregue fora das especificações na base de distribuição. Nem que sim, nem que não. Isso requer investigação a mais”, disse a coordenadora do CPT.

E acrescentou: “Pode ser um problema do produto entregue na base fora das especificações, que não foi estocado adequadamente ou transportado de forma inapropriada do produtor até a base. Isso precisa ser investigado em novos ensaios”. A ANP pretende, nas novas fases do Projeto Biodiesel e do Programa de Monitoramento da Qualidade do Biodiesel (PMQBio), ampliar estas análises para as fases de produção até o consumo final.

Superintendente 

No workshop coordenado pela diretora da ANP, Symone Araújo, o superintendente de Fiscalização, Francisco Neves, informou que a produção de biodiesel foi alvo de 34 fiscalizações em média por ano (equivalente a três por mês) entre 2017 e julho deste ano e o nível de conformidade do biocombustível foi considerado elevado

Na sua participação Francisco Neves comparou os índices de não conformidade do diesel A em janeiro de 2005, antes do começo da mistura do biodiesel ao diesel de petróleo, que registrou um índice de 94,8 % de não conformidade. Em janeiro deste ano, 15 anos depois, este índice de conformidade medido pelas amostras subiu para 96,9 % já com o biodiesel.

“Nós vamos ampliar a rastreabilidade destes combustíveis, desde a produção aos postos de abastecimento, e dos mecanismos de fiscalização”, disse Francisco Nelson Castro Neves.

O workshop promovido pela ANP contou com a participação do diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, de outras entidades do setor de biodiesel, fabricantes de veículos, distribuidores e revendedores de diesel, postos de abastecimento e de produtores de diesel fóssil, além de dirigentes, técnicos e assessores do governo e da própria agência. Assista aqui a íntegra do workshop.