17/03/2020 – Na rápida iniciativa de empresas para se tornarem ecológicas, companhias aéreas estão praticamente paralisadas.
Data centers podem migrar para a energia solar, restaurantes optar por energia elétrica em vez de gás e construtoras trocar concreto por madeira laminada cruzada. Esses setores podem mudar a maneira como trabalham na fonte. Mas companhias aéreas não têm tantas opções sustentáveis. O setor queima grandes quantidades de combustível fóssil e continuará sendo assim no futuro próximo.
Por isso, companhias aéreas compram créditos de carbono. Mas é uma proposta cara, que pode custar bilhões de dólares anualmente. As aéreas comerciais responderam por 2,4% das emissões globais de dióxido de carbono em 2018, de acordo com o Conselho Internacional de Transporte Limpo, um número que poderia triplicar até 2050. A fabricante de aviões europeia Airbus prevê que esse tráfego de aviação comercial vai dobrar nos próximos 15 anos, assim como o tamanho da frota comercial, de 14.200 aeronaves para 38.360 aeronaves.
Mesmo que esses novos aviões sejam mais econômicos em termos de combustível do que seus antecessores ou fabricados para funcionar com biocombustíveis, ainda haverá um grande aumento das emissões de gases de efeito estufa. E, em relação às fontes alternativas de energia, os motores de aeronaves elétricas apenas começam a decolar. A Airbus, por exemplo, espera pilotar uma aeronave de 100 passageiros com base na tecnologia elétrica e híbrida-elétrica até a década de 2030. Mas ampliar a escala dessa tecnologia pode levar muito mais tempo.
Companhias aéreas têm trabalhado com as Nações Unidas, diplomatas e pesquisadores há anos para abordar a pegada de carbono do setor por meio de uma estrutura de compensação. O movimento “vergonha de voar” iniciado por consumidores preocupados com o clima deu mais um impulso às iniciativas.
“Em um momento de extremo estresse para a indústria, a aviação manteve seu compromisso de abordar a crise climática”, afirmou na sexta-feira Annie Petsonk, consultora internacional do Fundo de Defesa Ambiental. Segundo ela, a decisão do conselho envia um sinal de que, mesmo com o impacto da Covid-19 sobre famílias, comunidades e todo o setor de viagens, os países seguirão em frente para enfrentar o desafio climático.
Fonte: Bloomberg