Oito anos após a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, quase metade das cidades brasileiras (45%) não tem um plano de gestão de resíduos, segundo pesquisa do IBGE divulgada em julho. Além disso, somente 42% dos municípios têm coleta seletiva de resíduos domésticos.
Para discutir a evolução dessa política, a tributação verde no Brasil e o combate à poluição de rios e mares, a Folha de S.Paulo realiza na próxima segunda-feira (27/08) o 3º fórum Economia Limpa, em parceria com a Abralatas (Associação Brasileira de Fabricantes de Latas de Alumínio).
O diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski é um dos convidados da segunda mesa do evento, para tratar de tributação verde e competitividade.
“Os biocombustíveis estão dentro do grupo ‘Energias Renováveis’ na Classificação de Economia Limpa. O biodiesel, além de reciclar o óleo de cozinha – que é um dos grandes vilões dos sistemas de esgoto e dos mares e rios –, é renovável e reduz significativamente as emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes, com impactos diretos na qualidade de vida das pessoas”, explica Tokarski.
Outra vantagem é que o biodiesel incentiva o aproveitamento de espécies nativas como matérias-primas, valorizando a biodiversidade nacional e utiliza resíduos pecuários (sebo e gordura animal) que antes eram passivos ambientais e encontram, na produção de biodiesel, um mercado.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, alguns países da América Latina, como México, Chile e Colômbia, têm avançado na implantação de tributos verdes, enquanto o Brasil ainda tem poucas iniciativas para a área.
Para o diretor superintendente da Ubrabio, é imprescindível uma mudança de paradigma no sentido de priorizar os produtos com externalidades ambientais positivas. “Precisamos inverter a lógica atual de incentivo aos combustíveis fósseis em detrimento dos combustíveis renováveis, além de promover a verticalização da indústria nacional”, destaca.
Uma iniciativa que pretende modificar o modelo atual e bonificar a produção sustentável e eficiente é o Renovabio, aponta Tokarski. “O Renovabio foi criado exatamente para contribuir com os compromissos do País no âmbito do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. É uma política de descarbonização que terá como instrumento a valorização da adequada relação de eficiência energética na produção, comercialização e uso de combustíveis”, conclui.
Economia limpa
A economia limpa é um conceito que define mercados voltados para a redução dos riscos ambientais e escassez ecológica, de forma a promover maior bem-estar para a população. A tributação verde é um modelo que considera o impacto ambiental da atividade econômica e promove a economia limpa.
Em julho, a Ubrabio declarou apoio ao Manifesto Tributação Verde de iniciativa da Abralatas, que pleiteia à Câmara dos Deputados a instalação de um foro para debater, de forma democrática, a adoção de instrumentos que estimulem o setor produtivo a reduzir os impactos ambientais resultantes da produção, prestação de serviços e consumo.
3º fórum Economia Limpa
O fórum, onde especialistas debaterão esses e outros assuntos, acontece a partir das 8h30 na Unibes Cultural (rua Oscar Freire, 2.500 – Sumaré), em São Paulo. As inscrições podem ser feitas gratuitamente no site Folha Eventos.
*Com informações da Folha de S.Paulo