Ministros de sete países europeus romperam o silêncio em torno do elefante na sala nas negociações de clima: o aumento da ambição das metas nacionais (NDCs) dos países para torná-las compatíveis com o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global em 1,5oC. Nesta quarta-feira (26), eles pediram à União Europeia que ajuste sua meta para alinhá-la com o tratado do clima.

Embora não tenham dito qual deve ser a meta do bloco, França, Suécia, Alemanha, Portugal, Luxemburgo, Holanda e Finlândia se disseram dispostos a aumentar a própria ambição para dar o exemplo – tampouco revelaram em quanto. A Suécia já tem uma lei de mudanças climáticas que visa tornar o país neutro em carbono em 2045.

Num comunicado divulgado após uma reunião em Paris, o ministro da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, e seu vice-ministro, Brune Poirson, disseram: “Confrontados com análises científicas alarmantes sobre a mudança climática, para as quais o relatório especial do IPCC sobre 1,5oC dará mais contribuições, ação ampliada por parte de todos os países é urgente e necessária para respeitar os objetivos de longo prazo do Acordo de Paris. A União Europeia deve manter sua liderança climática e demonstrar sua capacidade de mobilizar todas as partes para o acordo contra a mudança climática”.

A União Europeia propôs em sua NDC reduzir as emissões em pelo menos 40% até 2030. É uma meta considerada “insuficiente” pelo Climate Action Tracker, um consórcio de instituições que monitora as ações e promessas de todos os países.

No agregado, todas as NDCs na mesa hoje, se totalmente implementadas, levariam o planeta a um aquecimento de cerca de 3oC no fim do século, duas vezes mais que a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris. No fim deste ano, na COP24, a conferência do clima da Polônia, será realizado o chamado Diálogo Talanoa, uma primeira discussão sobre como ampliar a ambição das NDCs de modo a alinhá-las com Paris.

“Na COP deste ano todos os países precisam reconhecer que nós não estamos ainda no caminho e se comprometer a fortalecer significativamente seus planos climáticos em 2020”, disse Wael Hmaidan, diretor da rede de ONGs Climate Action Network.

Fonte: Observatório do Clima