O desenvolvimento de pesquisas que visam reduzir emissões de carbono pela indústria da aviação e aprimorar as tecnologias do setor resultaram no desenvolvimento do primeiro bioquerosene produzido no mundo a partir da cana-de-açúcar. Embora o produto já possa ser misturado ao combustível das aeronaves, a utilização em larga escala ainda esbarra na falta de incentivos.

Eduardo Loosli Silveira é vice-presidente da empresa norte-americana que desenvolveu o material, no interior de São Paulo. Ele é categórico ao mencionar que o material irá suceder o uso de bioquerosene fóssil pela aviação, e aposta em fortalecimento do mercado no prazo de três anos.

“É uma tecnologia muito nova, os testes começaram em 2012, 2013, e, portanto, ainda não temos escala e maturidade dessa tecnologia que nos permite chegar a custos tão competitivos como o de bioquerosene fóssil, uma indústria que tem 100 anos”, explica. Segundo ele, o novo produto é uma resposta à necessidade de controlar as emissões de carbono, com a vantagem da renovação.

Atualmente, o bioquerosene pode representar até 10% na mistura de combustíveis para abastecimento de aviões. O limite está previsto em homologações realizadas pela ASTM (American Society for Testing and Materials, ou Sociedade Americana para Testes e Materiais, em tradução livre), e também pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Entre as vantagens do bioquerosene feito a partir da cana, pondera, está o fato de que a emissão dos gases que provocam efeito estufa é 83% menor. “Muito mais limpo e ambientalmente correto.”

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