O financiamento de ações necessárias para conter o aumento da temperatura média do planeta será o principal desafio da 22ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 22), que acontece em Marraqueche, no Marrocos, como afirmou o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

O parlamentar é relator da Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) e integra comitiva de senadores que participa do encontro, que será encerrado no dia 18. Fernando Bezerra falou à repórter Paula Groba, da Rádio Senado, nesta sexta-feira (11).

Conforme ressaltou, o esforço será para viabilizar financeiramente uma nova economia, menos poluente e mais sustentável. Na conferência, disse, está em discussão a chamada precificação do carbono, uma forma de compensar aqueles que optarem por estratégias que reduzam a emissão de gases de efeito estufa.

– O desafio será criar um sistema de subsídio cruzado, oferecendo preços mais vantajosos para estimular a iniciativa privada a apoiar investimentos necessários para uma matriz energética mais verde, mais limpa, que ajude no desafio enorme de evitar o aquecimento da temperatura do planeta – observou.

O senador vê o encontro com otimismo, lembrando que os compromissos para conter o aquecimento em 2°C, em relação a níveis pré-industriais, firmados na conferência anterior, em Paris, já foram ratificados pelos Parlamentos de 55% dos 198 países signatários.

– As metas devem ser implementadas a partir de 2021. Até lá, os países podem ir definindo políticas, meios para custear a realização dessas metas, como fiscalizar, como monitorar, de forma a mudarmos a cultura hoje arraigada no mundo, de que se pode crescer e se desenvolver a qualquer preço – opinou.

Além de Fernando Bezerra, representam o Senado na COP 22 o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), as senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA), e o senador Gladson Cameli (PP-AC).

Compromisso brasileiro

As metas voluntárias assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris, já confirmadas pelo Senado, preveem a redução das emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025, em relação a 2005, podendo chegar a 43% até 2030. O país também assumiu o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

Ao lembrar que a matriz energética brasileira está entre as mais limpas do mundo, Fernando Bezerra destacou o fato de o país seguir buscando novas fontes renováveis.

– O Brasil faz uma forte aposta na produção de energia eólica, solar e de biomassa, com programas de geração de etanol e biodiesel a partir de oleaginosas produzidas em larga escala no território nacional – frisou.

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Fernando Bezerra acompanha debates sobre mudança climática no Marrocos