Na manhã desta quinta-feira (2), a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene- Ubrabio prestou homenagem ao ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A cerimônia aconteceu em São Paulo, em comemoração ao 5º aniversário da Ubrabio e reuniu representantes e associados à entidade, autoridades do setor e convidados. A iniciativa teve como principal objetivo agradecer ao ex-presidente pela criação e consolidação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), implantado durante seu governo.

O presidente da Ubrabio, Odacir Klein, abriu o evento afirmando que o PNPB partiu da determinação e da vontade de Lula e que prosperou, principalmente, pela ousadia dos empresários do setor em acreditar e investir na cadeia produtiva do biodiesel brasileiro. “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, citou Odacir, referindo-se à dedicação de Lula no PNPB e parafraseando o poeta Fernando Pessoa.

Elisângela Araújo, coordenadora geral da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), esteve presente na cerimônia e explicou que os agricultores familiares, envolvidos no PNPB desde o início (2004), compreendem o Programa como uma oportunidade de renda e geração de emprego. “Acreditamos no PNPB e ficamos felizes com um governo que permite a participação social. Esperamos avançar nos desafios, principalmente no que diz respeito à evolução da agricultura familiar no semi-árido nordestino”, concluiu.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Ercílio, também falou no evento. “Esta é uma justa homenagem, pois o PNPB é uma política pensada para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. Estamos orgulhosos com as mais de 100 mil famílias participantes do Programa. O que precisamos agora são as modificações necessárias para o aumento da diversificação de matérias-primas para a produção do biodiesel.”, explicou.

A Associação dos Produtores de Biodiesel no Brasil participou do evento. “Este é um dia muito importante para o setor do biodiesel. Temos aqui hoje reunidos, mais de 90% dos produtores deste biocombustível no Brasil”, afirmou Erasmo Batistella, presidente da Associação.

“Estamos aqui compartilhando e enxergando, juntos, uma fotografia do País, estimulada pelo senhor (Lula)”, declarou o presidente da Petrobrás Biocombustível, Miguel Rosseto. Rosseto afirmou que graças ao incentivo de Lula, o Brasil entrou para a vanguarda mundial do setor de energia. “O país entra no século XXI com mais energia limpa e renovável do que qualquer outro no mundo, e se apresenta como uma potência energética capaz de liderar o desenvolvimento sustentável de forma adequada”, explicou. Rosseto também falou do compromisso do PNPB com o desenvolvimento social e a inclusão produtiva: “Temos todas as razões para comemorar. Incentivos tecnológicos, indicadores de base, capacidade de trabalho, boa gestão dos recursos naturais, caminhando para uma economia mais sustentável”, finalizou.

O presidente do Conselho Superior da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, lembrou a postura visionária de Lula. “Quando a nação ainda não fazia ideia do potencial do Programa, Lula identificou que o setor merecia a atenção do Governo. Eu testemunhei esta história, pude assistir a coragem de Lula em dialogar com o próprio Governo em um cenário econômico que na época não favorecia”, comentou. Sobre os benefícios agregados á utilização do biodiesel, Ferrés destacou a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera. “Não é possível continuar queimando diesel fóssil como estamos fazendo”, afirmou citando o exemplo da cidade de São Paulo. “Precisamos respirar o B20”, pontuou. Após o pronunciamento, Ferrés entregou a Lula um troféu como símbolo de agradecimento da Ubrabio pelo trabalho realizado a favor de toda a cadeia produtiva do biodiesel brasileiro. O vice-presidente financeiro da entidade, Irineu Boff, entregou uma placa em homenagem ao ex-presidente.

Em suas palavras, Lula afirmou que a homenagem era dedicada a todos que acreditaram ser possível o desenvolvimento de uma nova matriz energética no Brasil. “A começar pelos trabalhadores, a companheira Dilma, nosso ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e os empresários do setor. Todos acreditaram no Governo e encararam o desafio”, afirmou. Sobre a produção do biodiesel, Lula ressaltou que no início do Programa, imaginava a mamona, como a principal fonte para a produção deste biocombustível. “Foi depois da implementação do Programa que percebemos a necessidade de melhorar a produção desta matéria-prima. E foi assim com o Pinhão-manso, o Babaçu, o Girassol. Eu só não sonhava com a soja. A soja já era uma realidade, e a garantia de não deixava prevalecer o discurso de que a produção de biodiesel poderia afetar a segurança alimentar da população”, explicou.

Lula encerrou seu discurso afirmando que o trabalho do PNPB foi consagrado pela “atividade magistral de todos os envolvidos”. E falou sobre o crescimento do Programa, uma preocupação dos empresários com o futuro do setor: “O aumento sucessivo da mistura vigente de biodiesel ao diesel fóssil é a lógica do Programa. Ele foi feito para crescer. É o passaporte para o futuro do Brasil. Não queremos vender óleo, queremos vender os derivados, agregar valor ao produto brasileiro”.

O ex-presidente sugeriu ainda que seja proposto um seminário que promova mais aproximação e diálogo do setor com a presidente Dilma, em Brasília. Segundo ele, a presidente teria a mesma convicção da necessidade de oferecer incentivos ao PNPB. “Se tem uma coisa que precisamos melhorar é a qualidade do ar das cidades em que vivemos”, comentou afirmando que o setor pode crescer junto com o Brasil. E frisou “Conversem com a Dilma como faziam no governo Lula. Eu serei parceiro!” concluiu Lula.

Também estiveram presentes no evento representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Sociedade Rural Brasileira, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).

Confira a repercussão na imprensa 

O Estado de São Paulo

Veja

O Globo

Estadão.com.br