O parlamentar, que é um dos vice-líderes do governo na Câmara para assuntos do meio rural, concordou com a reportagem e confessou que há muito por fazer para que as oleaginosas oriundas da agricultura familiar tenham papel de destaque no biodiesel.
“Eu não diria que é um equívoco, eu diria que isso é um problema. Porque de fato (a reportagem) tem razão e a mamona foi considerada a princesinha do Biodiesel, tanto que o governo estimulou o plantio desta oleaginosa. A reportagem tem razão: 75% da produção de biodiesel vem da soja e o restante é de gorduras. A quantidade Biodiesel produzida por outras culturas ainda é pequena”, falou.
O deputado justificou essa falta da agricultura familiar no biodiesel.
“Ocorre que a produtividade agrícola alcançada pela mamona não é de longe a que se pode definir como um padrão para suplantar, por exemplo, a soja que já tem uma cadeia produtiva organizada, desde o plantio até fora da porteira da fazenda, e essa é uma característica, que nós precisamos”, explicou.
Para em seguida afirmar que não está faltando investimentos por parte dos órgãos do governo federal para alcançar uma maior participação das oleaginosas provenientes da agricultura familiar no programa dos biocombustíveis.
“Porque o biodiesel é irreversível. Nós não temos mais como voltar atrás porque nós estamos produzindo as condições para ter uma geração de energia alternativa aos combustíveis fosseis e nós não vamos poder recuar, como não estamos recuando no etanol”, acrescentou.
E disse mais.
“De modo que esse problema das oleaginosas que vão produzir o biodiesel ainda constitui, ao meu juízo, uma questão a ser enfrentada pelo governo e está sendo. Não tenha dúvida dos investimentos em pesquisa que a Embrapa tem feito com pinhão-manso, com a própria mamona, com outras oleaginosas que permitem fazer com que a gente tenha a projeção de que em breve teremos uma saída para isso”, prometeu.