Representantes dos países latino-americanos e caribenhos debateram nesta quarta-feira a conveniência de criar uma nova medida de crescimento econômico, mais ampla que o PIB, que leve em conta também os danos ambientais, uma ideia que estará presente na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Os analistas celebraram nesta quarta-feira o segundo dia de sessões do Fórum de ministros do Meio Ambiente da América Latina e do Caribe em Quito, ao qual na quinta-feira se juntarão os ministros da região.
O encontro tem como meta formar uma só voz comum em um grande leque de temas frente à Conferência do Rio de Janeiro, que acontecerá em junho, tais quais a obtenção de uma economia “verde” que seja inclusiva e equitativa.
Também foi analisado o tema do desenvolvimento de uma agricultura sustentável, que utilize menos produtos químicos e que afete menos a saúde dos camponeses, segundo disse Margarita Astrálaga, representante regional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O objetivo é caminhar rumo a “um modelo de desenvolvimento mais equitativo, mas que preste atenção à conservação de nosso planeta”, disse Margarita.
Daí o interesse em usar os dados do Produto Interno Bruto (PIB), que mede a produção de um país em um ano mas não leva em conta a destruição ambiental. De fato, a deterioração ambiental, como a poda indiscriminada de árvores na Amazônia, aumenta o PIB a curto prazo, ao elevar a produção de madeira e papel, mas diminui as perspectivas econômicas no futuro, já que reduz as chuvas e a biodiversidade e aumenta a erosão.
No encontro desta semana em Quito, os ministros também farão um balanço da política ambiental na região nas últimas duas décadas, nas quais, de acordo com Margarita, houve grande avanço.
No entanto, alertou que “a degradação ambiental continua ascendente” na região, a mais desigual do planeta, o que agrava os problemas, já que os pobres são os mais vulneráveis por dependerem totalmente do entorno natural.