Andiroba, buriti, pracaxi, murumuru são produtos tipicamente amazônicos e quase sempre associados ao seu potencial farmacêutico e/ou cosmético. Mas pesquisas realizadas pela Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal do Pará (UFPA) investigam as potencialidades dessas oleaginosas nativas para a produção de Biodiesel.
Os estudos realizados avançam no sentido de provar que as oleaginosas nativas são as mais viáveis, tecnicamente, para a produção de combustíveis.
INCLUSÃO
Ribeirinhos e agricultores poderiam estar envolvidos no cultivo em escala comercial das oleaginosas nativas, indo ao encontro dos anseios do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, que enfatiza a inclusão social em toda a cadeia produtiva do Biodiesel. Existe, inclusive, uma proposta para a implantação de um projeto piloto de cultivo em Cametá, que poderá beneficiar até cinco mil famílias.
A ideia é explorar não somente os frutos, mas também outros bioprodutos gerados a partir das oleaginosas nativas, já que elas são subutilizadas. O resíduo obtido da prensagem do buriti, por exemplo, é riquíssimo em fibras, betacaroteno e vitaminas, e pode ser base para a produção de alimento e ração animal. O pracaxi talvez seja mais útil à indústria farmacêutica, dadas suas propriedades cicatrizantes.
Ainda há muito a ser estudado. O murumuru, por exemplo, descrito como uma joia rara da Amazônia, tem inúmeras potencialidades, já que a pasta obtida do fruto é formada por ácidos graxos de cadeias curtas e médias, o que dá origem a um biocombustível mais específico. Assim, ele apresenta propriedades parecidas com as do querosene utilizado nas turbinas de aviões. Produzido em grande escala, o Biodiesel do murumuru pode, por exemplo, substituir o derivado do petróleo e ser uma alternativa mais limpa para a engenharia aeronáutica.
Por Comunicação Social com Diário do Pará.