Dados de instituto europeu indicam que o ano passado foi 1,2ºC mais quente do que antes da industrialização. Só perdeu para 2016, ano influenciado pelo El Niño
Mesmo sem a influência do El Niño, o ano de 2017 foi o segundo mais quente já registrado, atrás apenas de 2016. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (4), mostram que quase todas as partes do globo registraram temperaturas acima da média, como indicado no mapa abaixo.
Os números foram divulgados por um programa da União Europeia para monitorar a temperatura global chamado Copernicus. O programa usou como matéria-prima os dados produzidos pela Agência Meteorológica do Japão. É o primeiro instituto a divulgar uma análise da temperatura de 2017 – outras agências, como a Nasa e a Organização Meteorológica Internacional, também devem publicar estimativas.
Segundo o Copernicus, a temperatura média de 2017 foi 0,1 grau célsius menor do que a de 2016, o ano mais quente já registrado. Com isso, o ano passado se consagrou como o segundo mais quente. A estimativa é que 2017 foi 0,5ºC mais quente do que a média dos últimos 30 anos e 1,2ºC mais quente do que a média do século XVIII, antes da industrialização.
O resultado surpreende porque 2017 não estava mais sob o efeito do El Niño, o fenômeno climático nas águas do Oceano Pacífico que influencia a temperatura global. A expectativa era que o fenômeno La Niña, registrado em alguns meses do ano passado, reduzisse a média das temperaturas, o que não aconteceu.
O consenso dos cientistas que estudam o clima é que o aumento das médias de temperatura é provocado pela concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Esses gases, como o CO2, são emitidos pela queima de combustíveis fósseis nas indústrias, usinas e veículos e na queima de florestas naturais.