Além desse número preocupante há outro, que causa preocupação a autoridades, movimentos sociais e ao cidadão de modo geral: cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo o planeta tem acesso intermitente à rede de energia. Esse universo populacional também sofre com esse problema, que o impede de ter qualidade de vida.
A proclamação de 2012 enquanto Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos está inserida num projeto abrangente da ONU, que o denominou “Energia Sustentável para Todos” e que é conduzido pelo seu secretário-geral, Ban Ki-moon. A meta é alcançar três grandes objetivos até 2030: 1 – assegurar que todos tenham acesso aos modernos serviços de energia; 2 – reduzir em 40% a intensidade energética global e; 3 – aumentar em 30% o uso de energias renováveis.
Mato Grosso assegura energia elétrica a todos os habitantes, empresas, órgãos públicos e propriedades rurais sem necessidade de geração em termelétricas movidas a óleo diesel. Linhões de transmissão distribuem energia nos 141 municípios, que estão interligados ao sistema nacional. Além dessa energia firme na ponta, em Cuiabá há alternativa de geração pela termelétrica Mário Covas, de ciclo integrado e que tem duas matrizes: o gás natural boliviano – combustível limpo e que não lança metais pesados na atmosfera -, que é sua principal fonte alimentadora, e o diesel, combustível poluente, mas que somente em casos extremos é utilizado.
Além da energia de origem hidráulica e da termelétrica movida a gás natural, Mato Grosso tem condições de diversificar seu leque de geração energética – como deseja a ONU – com aproveitamento das energias solar e eólica.
Estado campeão na produção agrícola Mato Grosso é grande produtor de matéria-prima para o biodiesel e o principal produtor desse combustível que é adicionado ao óleo diesel consumido pela frota veicular do transporte pesado. Nessa condição a economia mato-grossense é muito importante na proteção ambiental.
Com uma das maiores taxas de luminosidade e com topografia plana ou levemente ondulada, Mato Grosso deve se preparar para a evolução no campo da energia. É de conhecimento público que toda tecnologia nova é cara, mas que gradativamente seu preço é reduzido. Assim, num processo planejado e sem afogadilho o Estado tem que começar a apostar nas formas de energias alternativas e sustentáveis, mas sem recuar na geração da energia de origem hidráulica tradicional.
Longe de ser vilão ambiental, como insistem radicais do ecolouquismo, Mato Grosso hoje contribui para reduzir a poluição ambiental com seu biodiesel e no amanhã poderá ser o primeiro Estado com a energia eólica e a energia solar como suas principais matrizes energéticas.