AUTORES: Aline Oliboni de Azambuja (LAB-BIO/UFRGS, alineoliboni@gmail.com); Juciana Clarice Cazarolli (LABBIO/UFRGS, jucianacazarolli@gmail.com); Vincent Bonifay (BC/OU, Vincent.Bonifay-1@ou.edu); Jan Arne Sunner (BC/OU, jansunner@hotmail.com); Iwona Boguslawa Beech (BC/OU, iwonabeech@hotmail.com); Fátima Menezes Bento (LAB-BIO/UFRGS, fatima.bento@ufrgs.br)

RESUMO: Os combustíveis armazenados, especialmente o biodiesel e misturas, quando estocados por longos períodos, sem uma rotina rígida de “Boas Práticas”, ficam mais suscetíveis a formação de água livre e consequente degradação química e biológica com graves implicações para os mercados de distribuição e usuários finais (Bento et al., 2010). A fase aquosa é o principal meio onde os microrganismos se desenvolvem e secretam os metabólitos que são produtos das atividades de degradação (Passman, 2012). De uma forma geral, a degradação aeróbia de alifáticos, (maior grupo estrutural do diesel), inicia com a oxidação metil terminal para um álcool primário, que é oxidado a um aldeído e a seguir a um ácido graxo. Os ácidos graxos são degradados via β-oxidação ou são utilizados pelas células para a construção das biomoléculas (Yemashova et al., 2007). Na biodegradação do biodiesel, as enzimas microbianas lipases e esterases fazem a clivagem do metil ou etil éster resultando em um ácido graxo e um álcool associado, sendo os ácidos graxos incorporados às células microbianas por processos de β-oxidação (Zhang et al., 1998). Assim, independe do tipo de combustível, no processo de degradação, ocorrerá a conversão da molécula substrato em ácidos graxos, e por essa razão, as rotas metabólicas de lipídeos representam uma importante informação relacionada ao metabolismo de biossíntese e degradação de ácidos graxos. Os metabólitos funcionam como uma “impressão digital” biológica em resposta as variações ambientais, permitindo uma melhor compreensão das atividades de microbianas. O combustível brasileiro, nos últimos dez anos, sofreu importantes alterações quando a redução dos teores de enxofre no diesel (Resolução ANP 50) e adição de quantidades crescentes de biodiesel formando a atual (Lei 13.263/2016) mistura B7 com diesel S10/S500, instigando como será o comportamento dessa mistura em termos de estabilidade. O objetivo desse estudo foi a verificar o perfil de grupos de metabólicos, presentes na fase aquosa, indicativos da degradação microbiana da mistura B10 com diferentes teores de enxofre em condições de armazenamento simulado por 40 dias.

Trabalho Apresentado no 6° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e 9º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel.

Trabalho completo: Livro 2, p. 899