As microalgas podem ser novas aliadas na corrida global para a substituição dos combustíveis fósseis, cuja queima libera gases do efeito estufa que estão levando o planeta para o caos climático. Isso porque pesquisadores do Departamento de Engenharia Química da Universidade Católica do Chile conseguiram desenvolver um técnica para a produção de biocombustíveis a partir desses micro-organismos.

As microalgas são espécies de algas unicelulares, que crescem em água doce ou salgada e são medidas em micrômetros. Atualmente, a maior parte da produção de biocombustíveis vem da cana ou de grãos, como o milho e a soja, mas é possível extrair o produto de outros vegetais e da gordura animal. Segundo Carlos Saez, um dos autores do estudo, o maior desafio foi produzir microalgas em volume suficiente.

— O que é novo sobre o nosso processo é a intenção de produzir esse combustível a partir de microalgas, que são micro-organismos — disse o pesquisador à Reuters.

Os cientistas foram capazes de cultivar as microalgas em quantidade suficiente para fragmentá-las e extrair um óleo. Após a retirada da umidade e detritos, ele pode ser convertido em biocombustível, que pode ser usado para alimentar ônibus, carros e outros veículos.

O processo pode ser estratégico para o Chile, país com poucas terras cultiváveis, mas uma longa costa no Pacífico. O país abriga diversas variedades de algas, tanto de água doce como salgada. Agora, os pesquisadores trabalham na melhoria de tecnologias para acelerar o desenvolvimento de microalgas, com foco no baixo custo e uso limitado de energia.