As empresas aéreas querem que o governo revise a fórmula de precificação do querosene de aviação como forma de reduzir os custos e dobrar as vendas de passagens até 2020, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.

A entidade prevê transportar 200 milhões de passageiros em 2020, quase o dobro de 2012. Para a Abear, o combustível representa cerca de 43 por cento do custo da passagem.

“A proposta é rever a fórmula de precificação num debate técnico”, explicou Sanovicz a jornalistas, após participar de reunião com a presidente Dilma Rousseff para apresentação de propostas e metas do setor.

“O que nós pedimos é para abrirmos uma mesa de diálogo com um conjunto de unidades envolvidas no tema – a Petrobras, o Ministério da Fazenda, o Ministério da Justiça, a Secretaria de Aviação Civil e o Ministério do Meio Ambiente”, disse.

SLOTS DE CONGONHAS

Sanovicz defendeu ainda a posição da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na polêmica sobre o sorteio de slots no aeroporto de Congonhas – a agência reguladora e a Secretaria de Aviação Civil (SAC) possuem propostas diferentes sobre mudanças nos critérios de distribuição.

No mês passado, a Anac iniciou uma audiência pública para discussão sobre novos procedimentos de utilização dos slots em aeroportos que operem no limite de sua capacidade.

A Abear defende um aumento na capacidade de Congonhas em detrimento da proposta da Secretaria de Aviação Civil (SAC), de alocação dos espaços de pousos e decolagens do aeroporto de modo “que um terço da redistribuição total possível de slots (…) seja de fato redistribuída a cada ano”.

A agência reguladora propõe a inclusão da pontualidade como parâmetro de verificação da eficiência na utilização dos slots, além do estabelecimento de temporadas para o monitoramento da utilização dos slots nos aeroportos.

Atualmente, TAM e Gol detém a maioria dos slots do aeroporto, mas outras empresas aéreas têm interesse em elevar a participação em voos que partem e chegam em Congonhas.

“Nós entendemos que o papel da Anac como regulador está correto… O que nós colocamos é que um dos conceitos explicitados na proposta da SAC precisa ser revisto. Achamos incorreto. Achamos que a proposta da Anac é mais adequada”.