A multinacional americana Amyris deve anunciar hoje uma parceria com a usina Alvorada, de Araporã (MG), para produção de farneseno, um componente químico (hidrocarboneto) feito a partir da fermentação do caldo de cana com leveduras. Segundo o vice-presidente sênior da Amyris, o brasileiro Joel Velasco, a empresa vai construir uma planta de farneseno na unidade mineira, com intenção inicial de que ela entre em operação na safra 2013/14. Pelo acordo, a Alvorada destinará caldo de cana equivalente a moagem de até 1 milhão de toneladas e a Amyris será proprietária de 100% da unidade de especialidades químicas.

Com a Alvorada, a Amyris terá reunido acordos (e cartas de intenção) com condições de garantir originação de caldo de cana equivalente a 16 milhões de toneladas de cana no Brasil, diz Velasco. A empresa, com sede na Califórnia, tem parcerias (joint venture ou acordos comerciais) com grandes empresas do setor, como São Martinho, ETH Bioenergia e Cosan, e também com usinas de porte médio, como a Paraíso (SP) e agora a Alvorada.

Também hoje, a multinacional anunciou que recebeu a aprovação final do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de um financiamento de R$ 22 milhões para o projeto de sua primeira unidade no Brasil de produção de farneseno a partir de cana em escala industrial, localizada em Piracicaba, São Paulo.

A multinacional californiana de biotecnologia, que tem a petrolífera francesa Total como uma de suas principais acionistas, foi criada em 2003 e detém tecnologia própria de produção de farneseno. O produto é utilizado como matéria-prima para produção de lubrificantes, diesel e biodiesel, cosméticos, detergentes e combustíveis de avião.

Fabiana Batista