Pesquisadores da Boeing, da Embraer e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) vão iniciar um estudo científico sobre o uso de biocombustíveis na aviação. Será o primeiro passo para a criação de um centro de pesquisa na área em uma universidade paulista. O anúncio foi feito ontem, em Washington, durante a Fapesp Week, congresso que será realizado até amanhã no Wilson Woodrow Center, reunido cerca de uma centena de pesquisadores brasileiros e americanos.

“Estamos ingressando em um contexto mais amplo de cooperação”, disse Celso Lafer, ex-ministro de Relações Exteriores e atual presidente da Fapesp, ao anunciar a parceria. Durante nove meses o estudo vai mapear as dificuldades científicas para que biocombustíveis possam ser usados na aviação. O setor responde por cerca de 5% das emissões globais de gases estufa e diversos centros de pesquisa no mundo começam a buscar opções mais limpas.

O acordo entre Boeing, Fapesp e Embraer será formalizado amanhã, em São Paulo. O prazo estimado do estudo é de nove meses e a expectativa é de investimentos entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. A primeira fase investigará a viabilidade de utilização de biodiesel ou etanol nos aviões. “O uso de biocombustíveis na aviação é um assunto desafiante”, disse o físico Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp. “Os requisitos técnicos são muito fortes.” Ele lembrou que alguns testes já foram feitos no mundo, mas apenas demonstrativos. Quando o estudo estiver concluído, um centro de pesquisa sobre o tema será criado em São Paulo.